Aclamado como um dos maiores filmes de ficção científica e da história, além de um grande marco na tecnologia de efeitos visuais graças ao “bullet time”, Matrix é um filme atemporal e cheio de mensagens. Uma trilogia (prestes a se tornar quadrilogia) composta de muita ação e diálogos marcantes com personagens muito memoráveis.
Através dos anos essas obras estiveram no centro de grandes debates filosóficos e religiosos, mas poucas vezes visto sobre uma perspectiva negócios e comportamento. E por meio deste texto tentaremos analisar brevemente algumas cenas emblemáticas desta franquia, no propósito de refletir quais paralelos e semelhanças possuem com situações cotidianas em negócios.
O “recrutamento” de Neo:
O primeiro ato do filme começa definindo a vida e comportamento do programador de software Thomas Anderson, mais conhecido no submundo hacker como “Neo”. No decorrer da película o protagonista acaba se encontrando com Trinity, classificada como terrorista no mundo simulado das máquinas. E ela o apresenta a Morpheus, o líder da resistência, que guia o “escolhido” através de um processo de revelação e mudança drástica para sair da simulação e se juntar ao exército dos humanos. Momentos de mudança e readequação fazem parte do processo de change management nas empresas.
Os treinamentos na Nabucodonosor:
Após o primeiro impacto gerado pelo confrontamento da sua realidade, Neo começa seus treinamentos de combate e descoberta de poderes. Através dos treinos com Morpheus e aprendizado com os outros tripulantes da nave, Sr. Anderson vai se tornando mais preparado e confiante para seus desafios contra o sistema e seus agentes. O recrutamento e treinamento adequado dependem de uma boa cultura organizacional e aplicação do *feedfoward.
A visita ao refúgio da Oráculo:
Este encontro foi uma situação chave no estabelecimento de Neo como o herói na trama das irmãs Wachowski. Nesta ida para se consultar sobre seus desígnios, conhecemos crianças prodígios da simulação e o protagonista revela para a anfitriã que não acredita ser o escolhido. E ela o aconselha a se orientar com base no que entende e acredita. A importância de um mentor está em proporcionar orientação através do conhecimento embasado em experiência.
A conversa com o Arquiteto:
O clímax da saga se desenvolve quando o herói finalmente conhece o responsável pela estrutura e funcionamento da Matrix, o Arquiteto. O construtor do simulacro explica diversos detalhes da simulação, que já teve seis versões, e dá uma difícil tarefa a Neo: uma escolha de duas opções. Decisão da qual os outros cinco escolhidos se debruçaram e optaram pela mesma ação, mas que nunca solucionou a guerra. Thomas Anderson optou pela segunda alternativa, arriscando muito, mas consciente de que o conflito poderia findar em definitivo. Decisões, por mais difíceis que sejam, devem ser pautadas em dados e experiência. E sempre evitando ações comprovadamente falhas e inefetivas.
O acordo com as Máquinas:
No fim de sua jornada, Neo e Trinity vão até o covil das máquinas para tentar acabar de vez com a guerra contra os humanos. Após uma trégua, o protagonista faz um pacto com seus inimigos: se unir ao mainframe deles para combater o Agente Smith (que se rebelou e passou a agir por si só). E depois de muito sacrifício, o escolhido alcança seu objetivo através de estratégia e esforço. Na contra-mão da ficção, devemos evitar ter conflitos ou inimizades nos negócios. Independentemente do grau de relação, tanto conflitos quanto projetos práticos devem ser resolvidos em conjunto. E sempre empenhando o melhor no que se propõe a fazer, que eventualmente os resultados virão.
* significa “olhar para a frente” ou “avançar”, conceito de treinar e aculturar um colaborador planejando a longo prazo.
Texto escrito por:
Luís Henrique Krupp
Head of Infrastructure and Security