O conceito de Body of Knowledge* é abrangente em várias esferas e aspectos do conhecimento humano (sendo o PMBOK e CBOK, de Project Management e BPM respectivamente, alguns dos mais conhecidos). Mas você pode imaginar como algumas boas práticas de Gestão do Conhecimento (ou Knowledge Management) podem influenciar diretamente nas organizações? Bom, é o que vamos conjecturar em alguns pontos nessa pequena análise hipotética de história contrafactual.
1 – Registros, normas e manuais práticos
Através dos tempos, surgiram grandes invenções e dispositivos que se perderam no tempo por falta de boa documentação ou ausência de registros e demonstrativos. Antigamente, a cultura de transmissão oral dos conhecimentos era muito comum, e uma vez que tais detentores de técnicas e sabedorias específicas morriam, tais recursos eram perdidos. Exemplos famigerados disso são o “fogo vivo” de Constantinopla ou o concreto romano.
2 – Gestão de riscos e política de backup
Como bem sabemos, nos tempos atuais é muito comum termos vários protocolos e recursos de redundância para gerir dados e sistemas em geral. O ditado já adverte para a situação na qual “quem tem um, em verdade não tem nenhum”. Acidentes acontecem, tais quais os incêndios e terremotos que acabaram com as bibliotecas de Alexandria, ou problemas de causa criminosa, como os furtos das coberturas de mármore e ouro das pirâmides do Egito. De qualquer forma, atitudes para garantir segurança e persistência em dados e serviços é imprescindível.
3 – Treinamento e capacitação
Um dos principais desafios na gestão de conhecimento se traduz em como o difundir e qualificar. E para isso, é essencial que as instituições se proponham a garantir programas de preparação e desenvolvimento das pessoas. Algo que não acontecia nos tempos da Idade das Trevas, um termo deveras dramático, porém coerente, onde os “plebeus” não recebiam a mesma educação de nobres e clérigos. Isso ajudava os reinos a manterem controle sobre os seus povos, mas em nada contribuía no desenvolvimento e perpetuação de suas dinastias.
4 – Percepção correta e delegação de funções
Lidar com bases de conhecimento também significa saber como tratar os colaboradores e saber seus papéis corretos nas organizações. Cada indivíduo tem suas especialidades e afinidades com determinadas pessoas e setores. Ao selecionar um candidato para uma função, devemos saber exatamente como aplicar seus conhecimentos técnicos e soft skills. Obviamente devemos evitar exemplos como de Napoleão Bonaparte atribuindo funções de general a parentes ou o tratamento abusivo de Ivan o Terrível com os arquitetos da Catedral de São Basílio.
5 – Cultura de testes
Por último, mas não menos importante, é o bom uso de testes e protótipos em processos e demais sistemas. Através das testagens se torna possível criar e desenvolver mais opções de solução, novas conjecturas teóricas, prevenção de falhas e demais outros produtos. É factível observar que o uso da experiência adquirida nesse tipo de prática traz inúmeras benesses, como evitar algumas “telas azuis” em apresentações, estou correto Sr. Bill Gates?
*Corpo de Conhecimento é o conjunto de conceitos, termos e práticas organizados em coletâneas textuais ou audiovisuais.
Texto escrito por:
Luís Henrique Krupp
Head of Infrastructure and Security